domingo, 26 de agosto de 2012

RAIVA: SAIBA LIDAR COM ELA!

Às vezes sentimos raiva em nossas vidas. É uma experiência psicológica que faz parte do nosso espectro emocional enquanto humanos. Pode ser raiva de uma pessoa, de uma situação, de nós mesmos ou simplesmente raiva inconsciente que desponta e aparece sem motivo nenhum aparente. Geralmente a experiência da raiva, quando atinge níveis de descontrole e não recebe atenção devida, culmina com uma explosão ou com algum tipo de descarga energética no nosso aparato mental, emocional e físico, ou pode até mesmo afetar diretamente outras pessoas, o que certamente pode provocar danos e complicações indesejáveis.
De qualquer forma, independente da sua origem, a raiva pode ser entendida como uma espécie de inflamação do nosso sistema emocional. Assim como alguma parte do nosso corpo físico pode ficar inflamada, especialmente após alguma intervenção cirúrgica ou alguma mudança de hábitos, assim também uma inflamação emocional pode aparecer após ou durante algum processo de mudança psicológica, ou ainda quando atravessamos fases emocionais mais intensas. Como toda inflamação, a raiva requer cuidados e atenção plena em seu tratamento. Sim, a raiva pode ser tratada, ou seja, podemos aprender a lidar com ela de forma menos traumática.
No pensamento oriental a raiva é tida como um dos três venenos da mente humana. Os outros dois são a cobiça e a ignorância. Geralmente o aparecimento de um veneno na mente induz o aparecimento dos outros, de forma que quase sempre podemos identificar uma associação desses três elementos quando estão atuando. O termo veneno significa que essas emoções possuem a capacidade de mudar nosso estado de consciência de tal forma que experimentamos o sofrimento diretamente em nossa existência. Sentimos dor, infortúnio, infelicidade e demais emoções negativas a partir dos três venenos da mente. Não apenas podemos experimentar tudo isso, mas também provocamos sofrimentos nos outros quando nós mesmos estamos envenenados mentalmente.
A boa notícia é que para todo veneno mental existe um antídoto. E ele se chama atenção plena. A atenção plena tem o poder de neutralizar a atuação do veneno e o seu espalhamento por nosso corpo físico, mental e emocional. E assim também não contaminamos os outros ao nosso redor. Mas como poderia a atenção plena neutralizar a raiva?
Quando perceber que um sentimento raivoso está emergindo, está aparecendo dentro de você, quando sentir que sua face está vermelha e a ira começa a despontar, quando sua boca estiver espumando e você perceber que tudo isso começa a aparecer em seu ser, simplesmente tome consciência disso tudo, volte seu olhar interior para tudo isso ocorrendo dentro da sua mente e no seu corpo. Ao invés de tentar bloquear a raiva ou tentar eliminá-la com o uso da força de vontade, simplesmente perceba a tensão muscular que geralmente se forma na face, perceba como a respiração fica ofegante, como a adrenalina corre nas veias, sinta o calor no rosto e a testa já franzida, veja tudo isso com seu olhar interior e imediatamente pense: “um sentimento envenenado de raiva está emergindo em mim agora”. Rotule tudo isso que está ocorrendo com um pensamento claro de constatação interior. Se puder criar um rótulo jocoso para o sentimento, do tipo “lá vem aquela raivinha de cachorro zangado de novo”, melhor ainda. Ao invés de simplesmente se identificar como sentimento de raiva que induz ao pensamento “eu estou com raiva”, e assim se entregar a ele, faça diferente: dê um passo ao lado, constate a ocorrência, rotule e separe-se da raiva. Isso faz toda a diferença, isso tira a energia de qualquer veneno mental.
Não é que você irá sublimar a raiva e jogá-la para o fundo do inconsciente, ou se entregar a ela, mas antes, que a ocorrência dela não implica necessariamente na sua identificação subjetiva com você. Reprimir apenas reforça o veneno, assim como se identificar com ele e levar a cabo sua atuação maléfica. Mas reconhecer seu surgimento é o passo essencial para testemunhar também a sua extinção. A observação cuidadosa e atenciosa dos estados mentais que surgem instante a instante já é uma atitude retificadora que tem o poder de alinhar o nosso material subjetivo de forma mais harmoniosa.
Quando observamos com uma honesta atenção plena, constatamos que a raiva ainda pode emergir em nós, mas isso não implica necessariamente em identificar nosso pensamento, palavras e ações com ela. Ou seja, o veneno existe mas não precisamos beber dele.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Entenda a ligação entre timidez e autoestima !

A timidez é um sentimento inato do ser humano. Da infância à vida adulta - e até mesmo na terceira idade - ela não escolhe o momento de aparecer. Seja numa festinha de aniversário, em um palco diante de uma plateia, ou na abordagem de uma paquera, ela surge de forma avassaladora e paralisante. Sua definição consiste em um medo e um receio exagerado a se expor e, consequentemente, receber algum tipo de julgamento. "Quem sofre de timidez, seja ela introspectiva ou a do tipo que até se expõem para dissimular a real sensação de medo, tem uma tendência grande de supervalorizar pequenos deslizes. Os tímidos têm a necessidade de passar uma imagem positiva de si o tempo todo.
Excesso de acne pode atrapalhar a autoestima e provocar depressão
De acordo com a profissional, a inibição em fazer algo considerado corriqueiro, como se relacionar, paquerar e expressar o que sente está ligada ao sentimento de competência. "A percepção negativa do que acreditamos ser, ou seja, a nossa autoimagem, pode distorcer a realidade. A consequência disso é a retração dos sentimentos e das atitudes", explica a profissional.

Um tímido supervaloriza os riscos - reais ou imaginários. Toda situação nova é assustadora. A preocupação em passar uma boa imagem suprime a velha máxima de que "errar é humano", explica Renata. "O grau de exigência dos tímidos é alto e por isso eles apresentam dificuldades para fazer atividades simples. Há um medo excessivo em parecer ridículo ou ser ridicularizado. Esta é uma relação, em boa parte, relacionada ao auto-questionamento da sua competência", diz.  
Superar a timidez ajuda a aumentar a autoestima
A necessidade de se sentir querido e amado é desenvolvida ainda nos primeiros anos de vida, assim como os sentimentos de segurança e autoconfiança. Segundo a psicóloga, este conjunto de sentimentos são base para o desenvolvimento da autoestima. Se ela está em equilibrio, a facilidade de conquistar e receber afeto, de perdoar, de ter um entendimento das frustrações é maior. "Ter consciência de suas limitações e fragilidades é um grande passo para o autoconhecimento. Quem tem baixa autoestima, como os tímidos em grande maioria, não lida naturalmente com rejeição e frustrações. Basicamente eles encaram como algo pessoal e não como uma situação que deve ser relevada.

A timidez impulsiona o desconforto e consequentemente detona a autoestima. A preocupação com a avaliação das pessoas, a falta de coragem para assumir riscos e até mesmo os próprios desejos faz com que os tímidos intrerpretem situações de formas equivocadas e ameaçadoras. "Eles perdem a autonomia e não raro precisam ser amparados por algo ou alguém para se sentirem seguros".
Combata o medo De acordo com a psicóloga Renata Plácido, deixar de ser um tímido instantâneamente é praticamente impossível. O primeiro passo é encarar pequenos desafios de exposição.

Se impor, sustentar opiniões, agir com autonomia e menos dependência e, principalmente, não deixar de fazer algo por medo. "Há tímidos expansivos aos montes. O fundamental é não perder oportunidades, sejam elas de trabalho, nas relações pessoais e no convívio com amigos. A ideia é tentar agir com mais confiança e sem cobranças injustificadas".