terça-feira, 26 de novembro de 2019

CRISE DE ANSIEDADE: COMO AGIR PARA AMENIZAR?

Crise de ansiedade ou ataque de pânico é o momento em que os sintomas da ansiedade se manifestam de forma abrupta e intensa, caracterizados principalmente por taquicardia, respiração irregular, medo e tremores no corpo.
Na maioria das vezes, quem sofre de crise de ansiedade já possui um histórico de ansiedade generalizada ou síndrome do pânico, resultando no descontrole das emoções e da respiração diante de alguma situação de estresse ou traumática.
O que é crise de ansiedade?
É comum se sentir ansioso em diversas situações cotidianas, como na expectativa para algum encontro, na preparação de um trabalho importante ou no recebimento de alguma notícia. Entretanto, quando isso se torna frequente ao ponto de dificultar tarefas diárias, a ansiedade deixa de ser uma característica para se tornar um transtorno.
Cerca de 20 milhões de brasileiros sofrem de algum transtorno de ansiedade. Na maioria das vezes os quadros de ansiedade começam na infância ou na adolescência, mas pode começar na idade adulta. O transtorno de ansiedade generalizada (TAG) é considerado patológico, comprometendo a saúde física e emocional. As preocupações e medos passam a se tornar constantes e irreais, ultrapassando os perigos verdadeiros.

Como controlar a crise de ansiedade?

Passar por uma crise não é nada fácil e pode ser extremamente amedrontador. Para quem passa por ataques constantes ou convive com pessoas que têm episódios de crise, é fundamental conhecer formas de aliviar os sintomas e acalmar o paciente até que ela se dissipe. Seguem algumas orientações que podem ajudar nesse sentido:

1. Desvie a atenção dos sintomas

Um dos principais motivos para que a crise de ansiedade se torne mais intensa é começar a se preocupar ainda mais ao pensar nos sintomas que estão surgindo. A dor no peito começa a parecer como um infarto e isso vai gerando ainda mais medo, acelerando o coração e aumentando o impacto. É fundamental desviar a atenção dos sintomas e focar em uma atividade específica, como o controle da respiração.

2. Diminua o ritmo da respiração


Assistir nosso peito subindo e descendo rapidamente pode se tornar desesperador. Durante uma crise, começamos a respirar rápido demais, causando hiperventilação.
Nesses casos, é primordial inspirar e expirar lenta e profundamente, a fim de diminuir o estresse e fornecer mais oxigênio ao cérebro, aumentando a concentração. Isso diminui a sensação de asfixia e incapacidade de respirar.
Quando notar que uma crise se aproxima, segure a respiração, coloque uma mão sobre a barriga e a outra sobre o peito e comece a respirar devagar, utilizando o diafragma. Inspire pelo nariz, segure a respiração por três segundos e expire pela boca lentamente. Você deve sentir o abdômen subindo e descendo. Mantenha esse ritmo de respiração até sentir relaxamento muscular e clareza de pensamento.

3. Relaxe os músculos

A tendência imediata de uma pessoa passando por um ataque de ansiedade é de contrair os músculos como forma de defesa, entretanto essa contração acaba trazendo mais dores e desconforto, intensificando a sensação de peso. Depois que a respiração estiver controlada, procure iniciar o processo de relaxamento muscular. Volte a sua atenção para os músculos, relaxando um por vez a partir da expiração. Comece com a cabeça e o pescoço e passe para as áreas mais afetadas pelo estresse, como o maxilar, boca, nuca e ombros.

4. Se distraia

Outra atividade comum durante uma crise é passar um turbilhão de pensamentos pela cabeça, causando uma sobrecarga emocional. A descarga de adrenalina desperta nosso sistema nervoso e deixa a mente alerta. A saída para isso é diminuir o ritmo dos pensamentos criando distrações externas a ele. Se estiver com alguém conhecido, tente começar uma conversa e prestar atenção somente nela. Se estiver sozinho, tente contar de 1 a 10 repetidas vezes, cantar uma música, recitar uma história, fazer listas ou qualquer outra atividade mental que te tire do problema.

5. Use a imaginação guiada

Pense em um lugar que você se sinta em paz e relaxado. Enquanto pensa nesse lugar, continue adicionando detalhes à cena. Foque toda a sua mente no campo da imaginação. Esse tipo de atividade é muito eficiente para desligar sua mente dos sintomas da ansiedade e acalmar a respiração.

Como tratar a ansiedade?

Quando uma crise de ansiedade ou ataque de pânico acontece, a melhor forma de tratamento é entrar em contato diretamente com um psicólogo ou psiquiatra. Se forem muito graves e durarem muito tempo, é  fundamental que um profissional especializado em saúde mental seja contactado.
As crises podem ser sinais de outros transtornos como a síndrome do pânico ou transtorno de ansiedade generalizada. Um dos tratamentos mais comuns e eficazes é a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). Este tipo de terapia é focada no ensino de como identificar e substituir modos negativos de pensar e reagir a situações. Você aprende a reconhecer quando os pensamentos não condizem com os fatos e quais são as maneiras úteis de pensar e reagir. Em alguns casos, o médico ou psiquiatra pode receitar medicações que controlam a ansiedade se outros métodos não tiverem dado resultados aparentes.

 Boa sorte amigos leitores

PORQUE ALGUMAS PESSOAS TEM O HABITO DE ROER UNHAS?

Estudos apontam que aproximadamente 30% da população mundial têm o hábito de roer unhas. Isso significa que mais ou menos 2,2 bilhões de pessoas roem as próprias unhas.

Muitas pesquisas e teorias psicanalíticas tentam explicar a causa deste hábito que, social e/ou esteticamente, não é muito bem aceito. 

Existe  a hipótese de que haja um forte componente genético, posto que 1/3 dos familiares das pessoas que roem unhas também o fazem. Este hábito é, inclusive, muito comum entre gêmeos. Mas não há, ainda, nenhuma comprovação científica a este respeito.

Tenta-se também definir as características psicoemocionais de quem costuma roer as unhas. Pode ser uma manifestação de grande ansiedade ou medo, insegurança, fome, timidez ou tédio. Muitos começam a roer as unhas quando estão concentrados  em uma  atividade e/ou quando tem que realizar uma tarefa difícil.

Há quem diga que o hábito de roer as unhas tem efeito relaxante e, portanto, serve para descarregar tensões.

Um estudo recente publicado em uma importante revista de psiquiatria apontou que, na linha oposta do que se imagina, o que move a onicofagia ( que é o hábito de roer as unhas) não é a tensão ou ansiedade e sim uma personalidade perfeccionista. Segundo o estudo, portanto,  quem tem o hábito de roer as unhas são em geral pessoas  perfeccionistas.

Unhas são as nossas “garras”. Animais utilizam as garras para se defender. Portanto, alguns estudiosos consideram que roer unhas é uma forma de auto repressão.  

Fato é que ainda são necessários mais estudos para entender as razões pelas quais as pessoas roem as próprias unhas e muitas vezes arrancam as cutículas ou a pele ao redor das unhas com os dentes, causando uma situação clínica conhecida como paroníquia crônica que, por sua vez, caracteriza-se por vermelhidão, inchaço e infecção ao redor dos dedos. Importante saber que a paroníquia crônica  pode efetivamente  prejudicar o crescimento saudável das unhas, tornando a aparência das mãos esteticamente questionável.

Como parar de roer unhas?

Esta é a grande questão. Pode parecer óbvio mas o primeiro passo é efetivamente querer parar. Esta é a decisão mais difícil, que pode, inclusive, necessitar da ajuda profissional de um terapeuta para ser concretizada. 

Depois deste grande passo, há inúmeros artefatos que podem ajudar: mascar chiclete, passar esmaltes com substâncias amargas, colocar unhas postiças, arrumar alguns objetos como bolinhas de borracha, por exemplo, para manter as mãos em movimento ou pintar as unhas e passar a ter por elas um cuidado muito especial.

Decidir – com firmeza- parar um hábito que incomoda é o primeiro e muitas vezes o único passo que precisa ser dado. Mas como é difícil!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Porque certas pessoas não conseguem viver sozinhas?



Estou casada há oito anos e tenho três filhos. Há algum tempo nosso casamento não vai bem; discutimos por qualquer motivo. De qualquer forma, nunca pensei que meu marido seria capaz de propor a separação. 

Ele já se mudou e não estou suportando viver sozinha. Meus filhos são adolescentes e têm suas próprias atividades; quase não param em casa. Não tenho ânimo pra nada e não vejo sentido nenhum na minha vida sem ele." *** "Todas as vezes em que me separo, sofro muitíssimo como se tivessem me arrancado um pedaço.  Mas o que mais tenho tentado na vida é ser inteira e sozinha. Ficar em pé nas minhas próprias pernas, para que o outro não precise me dar nada, a não ser seu carinho, sua vontade de estar comigo, seu bom humor. Se ele for embora, vou sofrer, mas não vou morrer", me disse, há alguns anos, a grande atriz Marília Pêra...

Mas nem sempre é isso o que acontece. A história da internauta é igual à de muitas pessoas que, ao encontrar um parceiro, o transformam em única fonte de interesse. Quando fracassa esse projeto amoroso, a pessoa perde o referencial na vida e sua autoestima fica abalada. A questão é que no Ocidente somos incentivados, desde muito cedo, a acreditar só ser possível encontrar a realização afetiva através da relação amorosa fixa e estável com uma única pessoa. A propaganda a favor é tão poderosa que a busca da "outra metade" se torna incessante e muitas vezes desesperada.

Se surge um parceiro disposto a alimentar esse sonho, pronto: além de se inventar uma pessoa, atribuindo a ela características que geralmente não possui, se abdica facilmente de coisas importantes, imaginando que, agora, nada mais vai faltar. E o mais grave: com o tempo passa a ser fundamental continuar tendo alguém ao lado, pagando-se qualquer preço, mesmo quando predominam as frustrações.  Não ter um par significaria não estar inteiro, ser incompleto, ou seja, totalmente desamparado...

Acredito que a condição essencial para ficar bem sozinho seja o exercício da autonomia pessoal.  Isso significa, além de alcançar nova visão do amor e do sexo, se libertar da dependência amorosa exclusiva e "salvadora" de alguém.  O caminho fica livre para um relacionamento mais profundo com os amigos, com crescimento da importância dos laços afetivos...

É com o desenvolvimento individual que se processa a mudança interna necessária para a percepção das próprias singularidades e do prazer de estar só.  E assim fica para trás a ideia básica de fusão do amor romântico, que transforma os dois numa só pessoa. E quando se perde o medo de ser sozinho, se percebe que não ter um par amoroso não significa necessariamente solidão.


Autora / Texto: Regina Navarro Lins, Psicanalista.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

A SOLIDÃO COMO REMÉDIO SÃO TEMPOS MODERNOS.



Há mais de uma década, a professora de inglês Carolina Ferrari, 45, optou por viver sozinha (assista à entrevista acima). Prestes a completar 30 anos, ela, que é a filha caçula, ainda vivia na casa dos pais. "Casar, ter filhos, formar uma família clássica, nunca estiveram nos meus planos, mas imagino que meus pais esperavam que eu só fosse embora casada. Foi uma frustração para eles.
Com o passar do tempo, porém, Carolina percebeu que o relacionamento com a família melhorou. "Se antes eu vivia no meu quarto e mal encontrava meus pais, depois que saí de casa passei a visitá-los periodicamente, a organizar viagens e passeios juntos", diz ela, que vive com Luigi, seu cachorro, e nos momentos difíceis não hesita em procurar os amigos - sem precisar pagar por isso.
Por reconhecer o lado positivo da vida sozinho, Leandro Karnal faz uma ponderação em seu livro: "Precisamos fazer uma distinção possível, ainda que não aceita por todos, entre solidão e solitude. A primeira pode ser considerada negativa, independendo, inclusive, de estar isolado, apartado da sociedade, pois podemos nos sentir solitários na multidão. A solitude, por outro lado, tem caráter positivo, enseja ao ser a possibilidade de escuta de seu 'eu' e é condição imprescindível para qualquer forma de expressão estética”.
São inúmeros os casos de escritores, artistas plásticos e músicos que precisam de reclusão para produzir. Uma das obras mais famosas da escritora inglesa Virginia Woolf, "Um teto só seu", trata da dificuldade que as mulheres de seu tempo, o início do século 20, enfrentavam para escrever. Entre outros problemas, elas não tinham a oportunidade de ficar sós. "Em primeiro lugar, ter um espaço próprio, que dirá um espaço silencioso ou à prova de som, estava fora de questão", escreveu. Treinada em redações barulhentas, a repórter que assina este TAB é capaz de escrever no meio da multidão. Ainda assim, só consegue pensar no que e em como será escrito realizando atividades solitárias.
Ao contrário da solidão patológica, a busca pela solitude pode ser um indício de saúde emocional. "Apenas procura ficar sozinho quem está emocionalmente equilibrado para encarar a si mesmo sem ninguém por perto", diz Colognese. Esses momentos de introspecção, no entanto, têm um limite saudável também. "Quem tem alguém por perto com frequência alimenta-se, dorme, cuida-se melhor.

O que é personal friend e como funciona o mercado da solidão.


O "personal friend" é só um dos produtos e serviços disponíveis para quem vive sozinho. Segundo a Síntese de Indicadores Sociais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada em 2015, esse grupo já soma quase 70 milhões de pessoas. Trata-se de um número 30% maior do que na década anterior, mostrando que o Brasil segue uma tendência mundial, vivida sobretudo pelos países mais desenvolvidos.
Em 2016, o Canadá atingiu pela primeira vez em sua história um número maior de casas com uma só pessoa do que qualquer outro tipo de habitação. Segundo dados daquele ano, 28,2% dos domicílios tinham apenas um morador no país. Ainda assim, a porcentagem é significativamente...

PRODUTO SOLIDÃO

Além do amigo de aluguel, há uma variedade enorme de opções para atender a essa turma. Segundo o Sindicato da Habitação de São Paulo, a capital paulista teve em 2018 um crescimento de 91% nos lançamentos de unidades residenciais com até 45 metros quadrados. Em 2017, 42,6% dos imóveis lançados tinham esse tamanho. Nesses ninhos de um pássaro só, dá para fazer de tudo sem colocar o pé para fora da porta ou estabelecer vínculo com ninguém. Graças, principalmente, à tecnologia. Os aplicativos, por exemplo, incrementaram os serviços de entrega em domicílio. Hoje é possível ir ao supermercado, à farmácia, à papelaria e até sacar dinheiro sem colocar o pé para fora da porta de casa. O silêncio incomoda? Na internet, há áudios de horas ininterruptas com o som de pessoas conversando, como se estivesse acontecendo uma festa em sua casa. Isso sem falar no mundo do sexo virtual, que garante até a experiência de estar dentro de uma casa de swing ou coisa do tipo.
O Japão, onde imóveis minúsculos e códigos rígidos de convívio fazem parte da cultura, o atendimento a esse público chegou ao extremo. Lá, estão se popularizando os "cuddle cafes", locais onde é possível pagar para dormir de conchinha. Em 2012, foi inaugurado o primeiro, no distrito de Akihabara, em Tóquio, chamado Soineya, que literalmente significa "dormir juntos". Os clientes, todos homens, precisam pagar uma taxa para entrar no estabelecimento. Os preços variam de acordo com o tempo gasto com o serviço: entre US$ 40 para vinte minutos, e US$ 645 para uma noite completa de 10 horas. Para quem deseja ainda mais calor humano, há pacotes opcionais que incluem itens como troca de olhares. Inspirados na experiência oriental, empresários de Nova York e Portland, nos Estados Unidos, e Vancouver, no Canadá, estão abrindo negócios semelhantes, porém para atender também as mulheres.
O surgimento de tantos produtos para este, digamos, mercado da solidão, levanta algumas questões: estar só é uma escolha, uma busca do sujeito pós-moderno, ou uma condição imposta pela vida contemporânea, marcada pela fragilidade dos laços afetivos? Existe uma dose segura e aconselhável de solidão? O historiador Leandro Karnal publicou em 2018 um livro com discussões semelhantes: "O dilema do porco espinho - como encarar a solidão" (Ed. Planeta)
Já na introdução, ele nos expõe o paradoxo por meio da metáfora do porco-espinho, usada pela primeira vez pelo filósofo Arthur Schopenhauer: assim como aquele animal, precisamos nos unir para nos proteger do frio. A proximidade, no entanto, espeta, machuca. E, então, nos afastamos. A vida moderna, onde quase tudo é possível, impõe o dilema: "Quero estar sozinho, quero companhia e gostaria de controlar esses dois momentos de acordo com minha vontade. Não é possível. A busca do equilíbrio tem sido um desafio constante para estimular casamentos e divórcios.

A SOLIDÃO COMO DOENÇA

A busca pelo equilíbrio entre a liberdade de estar só e o convívio saudável com outras pessoas parece estar desbalanceada. A solidão extrema é, sim, considerada um mal moderno e tem sido tratada como epidemia em alguns países. No início do ano passado, o Reino Unido, por exemplo, anunciou a criação do Ministério da Solidão. Naquele país, a preocupação é principalmente com os idosos, mas acomete cerca de nove milhões de indivíduos de idades variadas.
"Para muitas pessoas, a solidão é a triste realidade da vida moderna", disse a primeira-ministra Theresa May, ao anunciar a medida. "Quero enfrentar esse desafio pela nossa sociedade e para que todos nós possamos agir para combater a solidão enfrentada pelos mais velhos, pelos cuidadores, por aqueles que perderam seus entes amados - pessoas que não têm ninguém para conversar ou compartilhar seus pensamentos e experiências".
A apreensão inglesa tem justificativa. A solidão está na origem de uma série de patologias. "Causa irritação, isolamento, depressão e está associada a um aumento de 26% do risco de morte prematura", alerta o especialista no assunto John Cacioppo em artigo publicado recentemente na revista científica "The Lancet". "Solidão é uma condição particular na qual um indivíduo se percebe socialmente isolado mesmo quando está entre outras pessoas.
Sem ninguém por perto com quem contar, adoecemos porque andamos na contramão de nossa essência. Ficar muito só está para a alma assim como a falta de água está para a pele. Bebês não comem se não forem alimentados, não se locomovem se não forem transportados.
Nossa fisiologia é feita para buscar o convívio. O simples toque, como carícia, libera ocitocina (o chamado "hormônio do amor", do acolhimento, que promove calma e bem-estar). O olho no olho também deflagra uma cascata de reações químicas, em geral benéficas. Em sua obra "O Ser e o Nada", o filósofo francês Jean Paul-Sartre, marido de Simone de Beauvoir, discorre sobre o processo de identidade em que o sujeito se descobre como indivíduo. Segundo ele, isso só acontece na presença (ou na experiência) do outro. Sobre isso, escreveu: "O Outro é mediador indispensável entre mim e mim mesmo (...) Reconheço que sou como o Outro me vê.

O CONVÍVIO COMO INCÔMODO

É de Sartre também a célebre frase: "O inferno são os outros". Ora, como o mesmo pensador discorre sobre a importância do outro para o indivíduo e diz que ele é seu inferno? Na verdade, as afirmações são complementares e fazem parte da teoria existencialista do francês. O que ele quer dizer é que, ao convivermos, enxergamos no interlocutor aquilo que somos e também o que não somos. O outro nos tira da ignorância sobre nós e nos impõe um problema. Ele nos tolhe a liberdade, cria limites sociais. A vergonha, por exemplo, só existe quando não estamos sozinhos.
Ou seja, se por um lado a solidão nos é fatal, a vida em comum nem sempre é pacífica. Viver junto requer concessões. É preciso abrir mão de vontades, de desejos pessoais em nome do outro sem deixar de reivindicar seu próprio espaço, proteger-se dos espinhos. Cansa, dá trabalho, desmotiva muitas vezes. Ao mesmo tempo, foi-se a época em que casar e formar família eram sinônimos de felicidade ou sucesso pessoal. Hoje em dia, já é aceitável a escolha pela vida de solteiro em que as ambições sejam variadas e nada tenham a ver com família - uma carreira de sucesso, viagens, busca por transcendência espiritual, entre outras possibilidades. Viver só é uma facilidade. "Em nosso mundo de furiosa 'individualização', os relacionamentos são bênçãos ambíguas. Oscilam entre o sonho e o pesadelo, e não há como determinar quando um se transforma no outro",

sábado, 2 de junho de 2018

NAO SE DIMINUA PARA CABER NO MUNDO DE ALGUEM!


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Não se diminua para caber no mundo de alguém! Não tente se encaixar onde não há espaço pra você e deixe de tentar se modificar tanto para servir aos gostos de outros. Não gaste dinheiro à toa tentando agradar quem nunca te deu nada em troca, e isso não precisa ser de valor comercial, sentimental também conta e muito.
Não se iluda com as aparências – você pode estar fantasiando coisas onde na verdade só existe interesse e oportunismo. Não deixe suas carências dominarem seu senso de respeito. Ame-se, queira-se bem e não permita sofrer por algo que não existe.
Você pode gostar e não ser recíproco, mas não gaste aquilo que é importante pra você com alguém que não faria nem a metade do que você faz – não troque seu tempo, seu dinheiro, seus amigos, sua vida por alguém que não te tem como prioridade.
Perceba se nessa relação você também é valorizada – não por bajulações, mas de verdade. Se for você sempre a proponente dos encontros talvez seja o momento de parar e sentir a maré… Sinta se ele ou quem quer que seja também se move à seu favor… Não se submeta a coisas que você não gostaria de fazer ou dizer apenas para agradar. Seja aceita por quem você é. Não perca sua essência buscando outras verdades que não ressoam com seu ser.
Se ele não está te correspondendo a altura, talvez seja o momento de se levantar, juntar as suas coisas e partir. Não se demore onde não há respeito e amor por você também. Desapegue-se!
Sua intuição será sempre sua guia. Se tem algo que te incomoda e que você percebeu que não te faz bem, não insista! Não ache que tudo vai melhorar, geralmente não é isso que ocorre. Ouça a sua própria voz, ela sabe o que diz. Aprenda a escutá-la, há um mestre dentro de você.
Ao perceber, apenas não deixe que esse sentimento se transforme em ódio ou qualquer coisa que te envenene. Seja inteligente e domine as suas emoções. Traga esse sentimento bonito de admiração e amor pra você e canalize em coisas que possam somar a sua vida! Seja criativa – use esse tempo e energia pra a arte por exemplo, para o esporte, para algo que te dê prazer.
Jamais deixe de se sentir maravilhosa e especial. Seja você por inteira e não permita que nada a abandone. Seja sua, se ame, se queira bem e depois compartilhe isso com alguém. Empodere-se e cuide-se bem.
Você pode gostar e não ser recíproco, mas não gaste aquilo que é importante pra você com alguém que não faria nem a metade do que você faz – não troque seu tempo, seu dinheiro, seus amigos, sua vida por alguém que não te tem como prioridade.

Perceba se nessa relação você também é valorizada – não por bajulações, mas de verdade. Se for você sempre a proponente dos encontros talvez seja o momento de parar e sentir a maré… Sinta se ele ou quem quer que seja também se move a seu favor… Não se submeta a coisas que você não gostaria de fazer ou dizer apenas para agradar. Seja aceita por quem você é. Não perca sua essência buscando outras verdades que não ressoam com seu ser.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Amar não é sempre insistir, às vezes amar é desistir também...Aprendam pessoas....

Desculpas se você acha que amar é nunca desistir e sempre insistir. Mas por acaso você já cansou de se esforçar por alguém e esse alguém não te deu o valor que você merecia? Por acaso você já se sentiu sozinho ao se entregar pra alguém e esse alguém simplesmente não se importou tanto com o que você sentia? Por acaso você já se importou demais, perdeu noites de sono, chorou uma madrugada inteira por alguém que no final das contas ria de você e nunca se importou com a tua dor? Você por acaso sabe o que é amar imensamente alguém e em troca, esse alguém te dar algo que cabe na palma da tua mão?

Cê por acaso já sentiu tanto que o teu peito parecia que iria explodir, que a tua garganta parecia que tinha dado um nó, que a tua voz naufragou, a tua barriga embrulhou e você perdeu todas as direções quando alguém que você amava te decepcionou?

Eu posso te dizer com toda certeza do mundo que amar não é insistir quando nada faz mais sentido. Amar é saber a hora de ir embora pra não deixar as coisas ainda mais confusas. Amar é desistir antes que as coisas percam o sentido, entende?

Porque amar não é egoísmo, amar é aceitar quando as coisas tomam outro rumo, é entender que às vezes, a gente não pode evitar, resta só aceitar e seguir caminhos distintos. Amar não é achar que o final de um relacionamento é o fim do amor, não é acreditar que ali o amor morre e que tudo que foi vivido por vocês não valeu a pena.

Amor é acreditar que tudo que foi apreciado enquanto vocês estavam juntos valeu muito a pena, é entender que as experiências que vocês trocaram valerão pra vida toda. Amor é perceber, até na dureza de um fim, que todo final requer um recomeço e que às vezes a gente precisa aprender a recomeçar sozinho.

Amor não é correr atrás de alguém que sempre está se distanciando de você, amor é quando a distância faz a saudade doer e os dois correm, só que um de encontro ao outro. Amor não é ser indiferente, não é fingir que não sente, muito menos correr atrás de alguém que claramente não se importa pros seus sentimentos. Amor é sentir lá dentro e ter necessidade de escancarar pro lado de fora, e entender que o que você sente não merece ser escanteado por ninguém. 

Amor não é desejar que o outro se dane, não é torcer pra que o outro se decepcione com outra pessoa. Amor não é negar o que foi vivido, amor é saber agradecer ao passado, pelos tropeços que você levou, pelos erros que você cometeu e pelas decepções que o outro te causou. Amar é conseguir enxergar o quanto imaturo você foi e se esforçar pra ser melhor que antes. Por isso amar é torcer pra que o outro alcance os seus objetivos mesmo que o outro não esteja mais ao teu lado, é desejar boa sorte e esquecer as dores do passado, é dizer pra que o outro siga em frente e jamais esquecer que você também deve seguir.

Por fim, amor não é insistir em quem não te merece. Amor é desistir de quem não vale a pena e só insistir em quem faz valer. 

Texto copiado do blog de autor chamado Iande Albuquerque..