Dentre a relação da maconha e a saúde humana, há vários efeitos positivos e negativos que podem variar de acordo com a condição psicológica de cada usuário e o uso ou abuso da droga. No entanto, os pesquisadores, divergem quanto a nocividade e utilização medicinal
O tetrahidrocanabinol (THC) é o principal responsável pelos efeitos psíquicos da droga no organismo, sendo bastante lipossolúvel. Metabolizado no fígado, é bio-transformada em um metabólito mais potente que o THC.
Alguns dos problemas de saúde associados com o uso de maconha são:
- Psicoses (como esquizofrenia);
- Surto
psicótico;
- Problemas de memória;
- Problemas de aprendizado;
- Xerostomia, Sonolência e
problemas na coordenação
motora (Durante e por algumas horas após o uso);
- Ansiedade, depressão
maior, distimia, apatia
- Síndrome amotivacional (problemas de atenção e motivação) e queda
em 50-60% dos níveis de testosterona.
- Alzheimer;
- Câncer
de pulmão;
- Câncer
de laringe
- Carcinoma espinocelular bucal (versão agressiva do câncer de boca, comum em fumantes)
- Câncer
de testículo (mais comum entre os 12
e os 34 anos)
- Disfunção sexual (quatro vezes mais chance de ejaculação precoce ou anorgasmia)
Alguns dos problemas estão especificamente associados com a ingestão de
fumaça, podendo também estar associados ao tabaco utilizado junto com a maconha
em baseados:
- Bronquite e tosse seca prolongada;
- Náusea e vômito;
- Taquicardia e Ataque cardíaco
- Acidente vascular cerebral
As folhas, por sua plantação geralmente sendo feita sem regulamentos e
higiene adequada, frequentemente estão contaminadas por fungos, bactérias e
vírus alguns deles causando sérias infecções em seres humanos. Dentre as
doenças causadas pelo consumo de folhas contaminadas estão:
Diversos desses agentes infecciosos não são destruídos ao se fumar,
sendo possível que a fumaça cause contaminações pulmonares.
Um estudo publicado em 2010 no periódico Archives
of General Psychiatry associa o consumo de maconha à psicose. Constatou-se
que, entre jovens que fumam maconha há seis anos ou mais, o risco de alucinação ou delírios pode chegar a ser o dobro do verificado entre
as pessoas que nunca consumiram a droga.
Efeitos a curto prazo
Quando fumada, os efeitos de curto prazo da maconha manifestam-se em
segundos e estão totalmente aparentes em poucos minutos, durando
geralmente por 2–3 horas. Foi
observado que a duração dos efeitos perceptíveis diminuem por conta do uso
prolongado e repetido que levam ao desenvolvimento de tolerância aos
cannabinóides.
Um estudo holandês, duplo-cego, randomizado, placebo-controlado examinou
voluntários do sexo masculino de 18 a 45 anos que relataram histórico de uso
regular de maconha e concluiu que o fumo de maconha com níveis muito altos de
THC (maconha com 9-23% de THC) levam a maiores concentrações de THC no soro
sanguíneo. Isso reflete-se num aumento da ocorrência de déficits psicomotores,
particularmente nos mais jovens ou sem experiência no uso da maconha. Altas
concentrações de THC na maconha foram associados com um aumento relacionado à
dose de efeitos físicos (como aumento da pressão arterial e queda da pressão
sanguínea) e psicomotores (como aumento do tempo de reação, dificuldade de
concentração, menor controle motor e fraqueza). Também foi observado durante o
estudo que os efeitos de um único cigarro de maconha duraram mais de 8 horas. O
tempo de reação ficou diminuído por até 5 horas depois do fumo, quando a
concentração do THC no soro sanguíneo estava significativamente reduzida, mas
ainda presente. Entretanto, é importante notar que os indivíduos (sem saber a
potência) foram instruídos a finalizar as pontas dos cigarros, levando em
muitos casos a doses significativamente maiores do que as que eles normalmente
tomariam. Adicionalmente, quando os indivíduos fumam várias vezes por dia,
acumuçação de THC pode ocorrer.
Alguns dos efeitos físicos de curto-prazo do uso da maconha incluem:
- Aumento da frequência cardíaca;
- Boca seca,
- Redução da pressão intra-ocular,
- Relaxamento muscular
- Sensação de pés e mãos frios ou quentes.
Alguns efeitos podem incluir um generalizado estado alterado de
consciência e percepção, euforia,
sentimentos de bem-estar, relaxamento ou redução de estresse, apreciação da
comédia, música e artes aumentada, jovialidade, metacognição e introspecção, incrementação da memória episódica, sensualidade
aumentada, percepção de sensação aumentada, aumento da libido, pensamento
criativo, abstrato ou filosófico, alteração da memória linear e paranoia ou ansiedade. A ansiedade é o efeito adverso do fumo de
maconha mais relatado. Entre 20 e 30 porcento dos usuários recreativos sentem
ansiedade e/ou ataques de pânico depois de fumar maconha.
A maconha também produz muitos efeitos subjetivos, como maior apreciação
do sabor da comida e de aromas e distorções da percepção do tempo e do espaço
(a experiência de uma "descarga" de ideias do banco da memória de
longo-prazo podem criar a impressão subjetiva de longo tempo). Em altas
dosagens, efeitos podem incluir imagem corporal distorcida, ilusões auditivas
e/ou visuais, pseudo-alucinações ou (raramente, em doses muito altas)
experiências totalmente alucinatórias e ataxia. Em alguns casos, a maconha pode levar a estados dissociativos como
despersonalização e
desrealização; esses efeitos frequentemente são
desejados, mas têm potencial para induzir ataques de pânico e paranoia em
usuários não acostumados.
Os efeitos da maconha geralmente duram de 30 minutos a 8 horas,
dependendo da potência da dose e do método de ingestão.
Danos cerebrais
Pesquisadores da Universidade
da Califórnia em San Diego (EUA) afirmaram que fumar maconha
altera as funções cerebrais, mas não provoca danos permanentes.
Porém, outros estudos indicam que sim, ela pode sim causar danos
permanentes ao cérebro.[67Estudos têm mostrado que o uso
da maconha frequentes na adolescência está associada a piora na memória,
atenção, ativação anormal do cérebro e pior funcionamento da substância branca no cérebro, mesmo após 28 dias de abstinência.
A maconha produz um dano de longo prazo apenas marginal, afetando de
modo insignificante as capacidades de aprendizado e memória. E nenhum efeito
foi registrado em outras funções, entre as quais o tempo de reação, a atenção,
a linguagem, a habilidade de argumentação e as capacidades motora e perceptiva.
Algumas pesquisas, ainda não definitivas, apontam que o uso continuado
da erva pode reduzir a testosterona, o número
de espermatozóides nos homens,
o que poderia ser revertido ao se abandonar o uso da droga. Entretanto, não é provado que
uma menor quantidade de esperma tenha qualquer relação negativa com a
fertilidade. Alegações de que a maconha poderia desregular o funcionamento
hormonal nas mulheres, assim como alterar seu ciclo menstrual ou causar infertilidade,
são improváveis e infundadas.
Fumada
A duração total de curto-prazo da maconha quando fumada é baseada na
potência e no quanto foi fumada. Os efeitos tipicamente duram de duas a três
horas.
Ingerida
Quando ingerida, os efeitos psicoativos demoram mais para se
manifestarem e geralmente duram mais, tipicamente por 4 a 10 horas depois do
consumo. Doses muito altas podem durar até mais. Adicionalmente, o uso oral
elimina a necessidade de inalar os produtos da combustão tóxica criados pelo
fumo, o que elimina muito do dano respiratório e cardiovascular associado ao
fumo.
Há uma certa polêmica com relação aos efeitos da maconha no aparelho
respiratório. Como as pesquisas dos efeitos da maconha são mais recentes do que
as produzidas sobre o tabaco, os resultados tendem a ser controversos e
preliminares. Contudo, uma suposta pesquisa da OMS (Organização Mundial de Saúde) a qual teria sido censurada por motivos
políticos informa que a maconha não causa bloqueio das vias respiratórias,
enfisema pulmonar.
Apesar de haver entre os usuários uma ideia disseminada de que fumar
maconha é menos prejudicial aos pulmões do que fumar tabaco, isso pode não
corresponder à realidade. Os estudos mostram que fumar de
3 a 4 cigarros de maconha por dia equivale a fumar mais que 20 cigarros de
tabaco, porque o pulmão do fumante de maconha recebe uma carga líquida de
material particulado cerca de quatro vezes maior do que o fumante de tabaco.
Isso porque a maconha é fumada com um volume de tragada 2/3 maior, volume de
inalação 1/3 maior e com um tempo de retenção da fumaça quatro vezes maior do
que os valores considerados para o tabaco. Alguns desses problemas são causados
porque o cigarro de maconha não é fumado com filtro como muitos em alguns
países são, já que este é um processo de industrialização.
Em artigo publicado na revista European Respiratory Journal, o risco de
câncer em quem fuma mais de um baseado por dia por 10 anos ou mais de dois por
dia durante 5 anos foi 5,7 vezes maior mesmo levando em contas outras variáveis
como tabagismo e alcoolismo. Em outro
estudo, com 430 casos, houve 240% mais chance de câncer em tabagistas que
fumavam maconha de vez em quanto do que tabagistas que nunca fumaram maconha.
Sendo que quanto mais anos fumando, maior o risco.
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